ENADE 2021 - QUESTÃO 25 TEXTO I A tragédia não é a imitação dos homens, mas das ações e da vida [tanto a felicidade como a infelicidade estã...
ENADE 2021 - QUESTÃO 25
TEXTO I
A tragédia não é a imitação dos homens, mas das ações e da vida [tanto a felicidade como a infelicidade estão na ação, e a sua finalidade é uma ação e não uma qualidade: os homens são classificados pelo seu caráter, mas é pelas suas ações que são infelizes ou o contrário]. Aliás, eles não atuam para imitar os caracteres, mas os caracteres é que são abrangidos pelas ações. Assim, os acontecimentos e o enredo são o objetivo da tragédia e o objetivo é o mais importante de tudo. O temor e a compaixão podem, realmente, ser despertados pelo espetáculo e também pela própria estruturação dos acontecimentos, o que é preferível e próprio de um poeta superior. É necessário que o enredo seja estruturado de tal maneira que quem ouvir a sequência dos acontecimentos, mesmo sem os ver, se arrepie de temor e sinta compaixão pelo que aconteceu.
ARISTÓTELES. Poética. Trad. Eudoro de Sousa. 2. ed. Imprensa Nacional (Casa da Moeda). 1990.
Série Universitária. Clássicos de Filosofia (adaptado).
TEXTO II
É aparentemente impossível dar conta do prazer que os espectadores de uma tragédia bem escrita recebem da tristeza, do terror, da ansiedade e de outras paixões que em si mesmas são incômodas e desagradáveis. Quanto mais são comovidos e afetados, mais se deliciam com o espetáculo e, assim que as paixões desagradáveis cessam sua influência, a peça chega ao fim. O máximo que uma composição deste tipo pode admitir é uma única cena de completa alegria, contentamento e segurança, e é quase certo tratar-se sempre da cena final. Se na textura da peça forem introduzidas quaisquer cenas de satisfação, estas produzem apenas pálidas luzes de prazer, incluídas unicamente a título de variedade, e a fim de mergulhar os atores numa aflição mais profunda, por meio desse contraste e da decepção daí resultante. Toda a arte do poeta é usada para despertar e manter compaixão e indignação, a ansiedade e o ressentimento de seu público. Sentem prazer na mesma proporção em que se afligem, e nunca são tão felizes como quando soltam soluços, lágrimas e gritos para dar vazão a seus desgostos e aliviar seu coração dilatado pela mais terna simpatia e compaixão.
HUME, D. “ Sobre a Tragédia. Trad. de Marcio Suzuki e Pedro Pimenta. In: PIMENTA, P. (Org.) A arte de escrever ensaio e outros ensaios. São
Paulo: Iluminuras, 2011, p. 163-171.
Considerando os textos apresentados, avalie as asserções a seguir e a relação assinalada entre elas.
I. Tanto para Aristóteles como para Hume, a tragédia afeta profundamente os espectadores, pois procura suscitar um “pathos”, isto é, uma violenta emoção ou paixão.
PORQUE
II. O enredo trágico apresenta um acontecimento terrível enfrentado e sofrido por um personagem, com o qual se identifica o espectador.
A respeito dessas asserções, assinale a opção correta.
A) As asserções I e II são proposições verdadeiras, e a II é uma justificativa correta da I.
B) As asserções I e II são proposições verdadeiras, mas a II não é uma justificativa correta da I.
C) A asserção I é uma proposição verdadeira, e a II é uma proposição falsa.
D) A asserção I é uma proposição falsa, e a II é uma proposição verdadeira.
E) As asserções I e II são proposições falsas.
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GABARITO:
A) As asserções I e II são proposições verdadeiras, e a II é uma justificativa correta da I.
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