UNICAMP 2023: Você provavelmente já encontrou pelas redes sociais o famigerado #sqn, aquele jeito telegráfico de dizer que tal coisa é muit...
UNICAMP 2023: Você provavelmente já encontrou pelas redes sociais o famigerado #sqn, aquele jeito telegráfico de dizer que tal coisa é muito legal, “só que não”.
Agora, imagine uma língua diferente do português que tenha incorporado um conceito parecido na própria estrutura das palavras, criando o que foi apelidado de “sufixo frustrativo”.
Bom, é assim no kotiria, um idioma da família linguística tukano falado por indígenas do Alto Rio Negro, na fronteira do Brasil com a Colômbia.
Para exprimir a função “frustrativa”, o kotiria usa um sufixo com a forma -ma. Você quer dizer que foi até um lugar sem conseguir o que queria indo até lá? Basta pegar o verbo ir, que é wa’a em kotiria, e acrescentar o sufixo: wa’ama, “ir em vão”.
(Adaptado de: LOPES, R. J. L. A sofisticação das línguas indígenas.
Superinteressante, 18/11/2021.)
O excerto, retirado de uma revista de jornalismo científico, exemplifica um processo de formação de palavras na língua indígena kotiria e o compara com o uso da hashtag #sqn. É correto afirmar que essa comparação
a) cria uma falsa equivalência, pois os processos morfológicos em kotiria e em português são diferentes.
b) enfatiza a construção de efeitos de sentido parecidos por meio de processos distintos em kotiria e no português de internet.
c) permite compreender processos idênticos de formação de palavras nas línguas portuguesa e kotiria.
d) ressalta as diferenças no uso dos sufixos –ma, em kotiria, e #sqn, no português usado na internet.
GABARITO:
b) enfatiza a construção de efeitos de sentido parecidos por meio de processos distintos em kotiria e no português de internet.
PRÓXIMA QUESTÃO:
QUESTÃO DISPONÍVEL EM: