Operários, 1933, óleo sobre tela, 150x205 cm, (P122). Tarsila do Amaral. Desiguais na fisionomia, na cor e na raça, o que lhes assegura iden...
Operários, 1933, óleo sobre tela, 150x205 cm, (P122). Tarsila do Amaral.
Desiguais na fisionomia, na cor e na raça, o que lhes assegura identidade peculiar, são iguais enquanto frente de trabalho. Num dos cantos, as chaminés das indústrias se alçam verticalmente. No mais, em todo o quadro, rostos colados, um ao lado do outro, em pirâmide que tende a se prolongar infinitamente, como mercadoria que se acumula, pelo quadro afora.
(Nádia Gotlib. Tarsila do Amaral, a modernista.)
O texto aponta no quadro de Tarsila do Amaral um tema que também se encontra nos versos transcritos em:
a) “Pensem nas meninas/ Cegas inexatas/ Pensem nas mulheres/ Rotas alteradas.” (Vinícius de Moraes)
b) “Somos muitos severinos/ iguais em tudo e na sina:/ a de abrandar estas pedras/ suando-se muito em cima.” (João Cabral de Melo Neto)
c) “O funcionário público não cabe no poema/ com seu salário de fome/ sua vida fechada em arquivos.” (Ferreira Gullar)
d) “Não sou nada./ Nunca serei nada./ Não posso querer ser nada./À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo.” (Fernando Pessoa)
e) “Os inocentes do Leblon/ Não viram o navio entrar (...)/ Os inocentes, definitivamente inocentes/ tudo ignoravam,/ mas a areia é quente, e há um óleo suave que eles passam pelas costas, e aquecem.” (Carlos Drummond de Andrade)
QUESTÃO ANTERIOR:
RESOLUÇÃO:
No quadro Operários, de Tarsila do Amaral, a linguagem extralinguística sugere que a diversidade individual é desconsiderada pelo conceito de igualdade de condição de trabalho e, consequentemente, desconsiderada na vida.
A mesma sugestão pode ser encontrada nos versos de João Cabral de Melo Neto, pois na fala do protagonista podemos observar a dissolução da individualidade dos nordestinos no trabalho de lavrar a terra. A intertextualidade ocorre por meio do diálogo existente entre a tela de Tarsila e o trecho do livro de João Cabral de Melo Neto.
GABARITO:
b) “Somos muitos severinos/ iguais em tudo e na sina:/ a de abrandar estas pedras/ suando-se muito em cima.” (João Cabral de Melo Neto)
QUESTÃO DISPONÍVEL EM: